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Arquitetos: Sthapotik
- Área: 360 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Asif Salman
Descrição enviada pela equipe de projeto. Contexto - O projeto conta uma história comovente de uma mãe e seu filho, relembrando um antigo prédio dos anos 1980 e seus arredores na cidade de Daca, além da transformação da cidade verde em uma selva de concreto. O arquiteto conheceu o cliente enquanto jogava badminton no playground do local. Durante a conversa, o arquiteto percebeu o amor e a responsabilidade do cliente para com sua mãe, bem como a nostalgia que ele sente pelo complexo. O arquiteto descobriu que o cliente é o único cuidador de sua mãe, que há muito tempo sofre de esquizofrenia. Ela precisa de cuidados constantes, e o cliente é a única pessoa que pode cuidar dela durante os surtos. A história das emoções do cliente se tornou o elemento central do processo de projeto.
Conceito - A chuva é essencial na natureza de um país de monções como Bangladesh, afetando a vida das pessoas como uma bênção, tanto mental quanto fisicamente. Ela proporciona uma experiência sensorial maravilhosa, sendo relaxante observar e ouvir as gotas caindo em padrões aleatórios. Em uma cidade densa como Daca, é difícil encontrar um lugar para observar a chuva. O conceito do arquiteto era criar um refúgio celestial para observar a chuva no coração da cidade, evitando o caos e o trânsito locais e proporcionando um efeito calmante no pavilhão, respeitando as memórias nostálgicas da mãe e do filho. A ideia era desenvolver um conceito biofílico de convivência com a natureza, projetando um espaço de trabalho em forma de pavilhão que complementasse o playground e mantivesse o som reconfortante da chuva.
Derivação Funcional - O objetivo era criar um projeto que integrasse todos os elementos do ecossistema predominante em uma expressão natural e relacionável que se misturasse perfeitamente ao contexto. O parquinho é o coração do complexo, por isso a abordagem do projeto garante um espaço aberto do tamanho de uma quadra de badminton, juntamente com um caminho e assentos de blocos de concreto ao redor da quadra. A construção foi posicionada a oeste do local e alinhada com o parquinho para garantir a privacidade necessária em uma orientação norte-sul. As árvores existentes não foram prejudicadas durante a intervenção do projeto, mas sim usadas como um elemento chave do projeto.
O pavilhão retangular inclui uma garagem para quatro carros e um quarto com banheiro e cozinha para o zelador no térreo. O escritório está localizado no andar superior, ao lado do prédio antigo, permitindo que o filho monitore de perto sua mãe e todo o complexo. O acesso ao escritório é feito por uma longa varanda no estilo bangalô na frente, conectada a uma escada única e sutil, integrada ao contexto residencial antigo sob a ampla folhagem das árvores existentes. Essa varanda funciona como uma galeria aberta, servindo como uma zona de transição entre a área de lazer e o espaço de trabalho do escritório. As pessoas podem sentar nos degraus, ficar na varanda, participar de conversas agradáveis durante eventos sociais ou jogos em andamento. É também um espaço refrescante para os trabalhadores do escritório, que podem desfrutar da natureza, como o som das gotas de chuva e a tranquilidade dos prédios antigos. A varanda protege os espaços internos do calor direto e da chuva intensa, enquanto as amplas aberturas garantem uma ventilação natural adequada.
Material e Construção - Jalis de tijolo independentes foram usados para criar telas e separar o parquinho da área de estacionamento, integrando-se ao contexto residencial antigo. A tela faz com que o pavilhão se conecte mais com o contexto. A paleta de materiais do parquinho inclui tijolos tradicionais e blocos de concreto, que ajudam a realçar o contexto e a escala íntima do espaço. Para garantir a integridade estrutural, colunas de concreto e vigas são utilizadas como materiais de suporte. Além disso, a forma construída é coberta com chapas de ferro e estruturas metálicas, que são leves e ajudam a misturar as linhas entre os espaços internos e externos. O foco em material e estrutura foi dado na integração da natureza no projeto e destaca a importância de projetar espaços intimamente ligados à natureza para uma vida sustentável.
Um telhado inclinado está voltado para o lado oeste, permitindo a coleta da água da chuva para regar plantas e atender outras necessidades de limpeza. A cobertura com chapas de ferro cria uma melodia dos sons da chuva, evocando memórias de infância, além de ser um material sustentável. O projeto exemplifica um compromisso com a abordagem de design Biófilo, integrando um parquinho no pavilhão, promovendo a valorização da natureza através de um design sustentável e o uso de materiais locais. O uso sensível do espaço aberto é destacado no contexto urbano. Em resumo, o pavilhão representa uma abordagem holística da arquitetura Biófila, focada na natureza e nas pessoas que habitam o complexo.